
A imagem veio daqui.
Tive bastante dificuldade em encontrar o livro. Nos sebos que visitei apenas um exemplar “comprável”, mas era de uma edição tão velha que desanimei. O livreiro me informou que o título estava em uma “entressafra”, e que às vezes isso acontece. Há meses em que ele tem várias cópias para vender e outros em que ele não dispõe de nenhum.
Optei por emprestar um livro da biblioteca, mas estava com a capa solta e com tanto mofo que atacou a minha alergia. Tive que optar por adquirir uma cópia. Fiquei em dúvida entre o da Editora Companhia Nacional e o da Companhia das Letras. Escolhi o segundo por parecer mais completo, e também porque uma amiga disse que o da Editora Nacional deixava a desejar. Confesso que adquirir um livro novinho foi a melhor decisão. Li com tranquilidade depois de tanto bater perna para encontrá-lo. Foi gostoso ter contato com essa obra tendo o livro só para mim. Fiz anotações, marcações. Tomei conta do livro, ele foi meu.
Orwell é envolvente e a trama é uma reflexão sobre o poder do governo na vida do cidadão comum. O autor tira vantagem disso e “viaja” no tópico. Nem os nossos recantos mais íntimos teriam descanso em Oceânia. Esse desconforto crescente de certa forma liberta. Você pode parar de ler o livro, decidir fazer alguma coisa banal no segundo seguinte, como ir ao mercado, assistir a tevê, encontrar os amigos e encontrar nisso um alívio e uma sensação de gratidão por poder fazê-lo, por não imaginar haver vida sem isso, por imaginar o número de pessoas no mundo que foram, são e serão privadas destas coisas pequenas e vitais. Esse é o tipo de coisa que 1984 vai fazer por você.
A velocidade de leitura só foi lenta na primeira parte do livro. Creio que por ser uma descrição de um regime totalitário e, portanto, mais dura e menos humana. Distante da nossa realidade? Aí eu já não sei não…