“1984”

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Lido! Essa época do ano é realmente cheia de compromissos… Enfim, após ler o livro posso traçar algumas considerações sobre.

1984 é um livro redondo. As construções de cena são bem pensadas, a narrativa tem uma velocidade coerente e nada fica solto. Orwell tem o mérito de realmente te transportar para “Oceânia”. Ele sabe como envolver, tornar palpáveis os anseios de seu protagonista e transmitir a real dimensão do mundo no qual habita. O universo que retrata é complexo, mas plenamente compreensível após sua leitura.

Winston Smith é o cara comum. Aquele seu amigo ou conhecido. Ele é você. Ele sou eu. São de suas dúvidas e angústias que provém a história, cuja solidez toma de assalto qualquer ingenuidade residual acerca de regimes totalitários, bem como dos objetivos e rumos do socialismo.

Após o romance propriamente dito existe um “apêndice”. “Os princípios da Novafala” é tão essencial quanto o restante do livro. A partir dele tem-se uma visão da abrangência do domínio do estado, e a forma como esta se dá através da cultura.

O vislumbre do futuro dentro de uma sociedade totalitária é uma visão assustadora, e o futuro permanece sem esperanças até o momento em que você percebe que o dicionário foi escrito em uma época posterior ao dos acontecimentos do livro. Um final que prenuncia a retomada da razão, a volta da liberdade e principalmente do pensamento crítico. Ao ler 1984 nesses tempos de “politicamente correto” é possível se dar conta que liberdade de expressão e pensamento é um pressuposto essencial ao ser humano em si e a qualquer sociedade que se pretenda justa.

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2 comentários sobre ““1984”

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